sexta-feira, 11 de abril de 2008

O caso Isabelle Nordoni e a mídia

Como num filme, ou para este caso uma novela, o que parece é que a polícia ainda não tem nome certo do assassino. Ouvi várias testemunhas, mais de 40 depoimentos até agora, a perícia retorna ao local do crime outras vezes, testes de sangues são analisados, constituições do crime são feitas, e nada de solucionar o caso.

Enquanto não soluciona, a população espera, e nossa classe jornalística até investiga, indo atrás de novos fatos, indícios.

Não tem um caso(aqui desculpe generalizar a situação) como esse que presenciamos hoje, que a nossa imprensa não se atrapalhe, que o dito jornalismo responsável e gabaritado para cumprir seu papel social na sociedade, e de sua natureza intrínseca, que é ouvir ambas as partes, com a mesma dita imparcialidade, não se afunde no conteúdo e aspectos demagogos. Salvo ainda bem alguns bons profissionais.

Nós estudantes de jornalismo e os profissionais da área precisamos analisar e discutir a diferença entre jornalismo investigativo e o jornalismo sensacionalista com ares de sério que está inserido nas mídias e que ocorre cada vez que um crime desta natureza é evidenciado na esfera pública.

Assistir alguns programas policiais que passam no começo da noite é quase, se não, um martírio completo, com apresentadores com ares de políticos fanfarrões que fazem dos seus programas baluartes da moral com discursos demagógicos irritantes. Assassinos, ladrão, é o que se escuta deles antes mesmo dos suspeitos sejam sentenciados pela justiça.

Quantas vezes de forma direta ou indireta presenciamos a condenação pelos veículos da mídia do pai e madrasta. Este tipo de discurso atraia a massa, infelizmente, e cria certezas em dúvidas. E um caso sério, vira espetáculo, em que cada gota de sangue vira ponto no aparelhinho que mede o índice de ibope.

Este tipo de lembrete ético não vale apenas para jornalistas mas para todos os profissionais, mas como sou um futuro jornalista nada melhor que lembrar, aos colegas de nossa mídia que não devemos esquecer o compromisso profissional que é regido trio - verdade, ética e moral.

Até parece que a mídia está precisando de uma cartilha, com conceitos básicos da profissão em que esteja escrito em letras maiúsculas sua função e responsabilidade social e ética em nossa sociedade.

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