sexta-feira, 26 de outubro de 2007

O emprego chegando com o Papai Noel

Em entrevista cedida aos alunos da disciplina de Práticas de Reportagem das Faculdades Cearenses (FAC), o coordenador da região de Fortaleza do Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (IDT), Marcos Cunha, relatou sobre a abertura de mais de 18 mil vagas no mercado de trabalho com a chegada do fim do ano no estado do Ceará.

Fortaleza - Nesta época, quando se aproxima o fim do ano, muitas são as pessoas que procuram agências de encaminhamento de emprego na oportunidade de entrar no mercado de trabalho.

O coordenador da região de Fortaleza do Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (IDT), Marcos Cunha, em coletiva cedida aos alunos do 4º semestre de jornalismo das Faculdades Cearenses (FAC) revelou que empregos na área do comércio, indústria e serviços são os mais procurados, devido às festas e as férias de final de ano. A previsão do SINE-IDT é quem sejam abertas, no estado do Ceará, no período de outubro a dezembro, pelo menos 18.833 vagas de emprego, o que representaria um acréscimo de 5% a mais do que o mesmo período do ano passado. E ao dia o número de pessoas que vão se cadastrar na instituição é de 800 a 100 mil.

De acordo com Cunha, os meses de outubro a dezembro são os de maiores procura em busca de trabalho. “Muitas pessoas vem de Caucaia, Maracanaú, o seja, da Região Metropolitana em busca de emprego. São de 800 a 1000 mil pessoas que procuram o SINE”, informou o entrevistado.

Seja em qualquer setor a busca por uma vaga é muito concorrida. Se antes um diploma de ensino médio e noções de informática eram sinônimos de serviço garantido, hoje o candidato precisa de um nível de especialização muito maior. Cursos profissionalizantes, pós-graduações, domínio de mais de uma língua, são requisitos essenciais pra quem pleiteia um emprego com uma boa gratificação.

O coordenador disse que o perfil de quem procura o SINE-IDT está mudando.”Se antes era só peão, agora há professores, médicos que procuram nossos serviços em busca de vagas”,declarou Cunha, ressaltado a variedade de opções de emprego oferecida pelo SINE-IDT.

Cunha salientou que, no IDT os futuros empregados fazem treinamentos para melhor se encaixar no perfil desejado pela empresa filiada. “Realizamos treinamentos com 5 turmas de garçons para barracas de praia agora. E todos os serviços disponibilizados pelo SINE são gratuitos”, finalizou.

Serviços:

O candidato que queira se cadastrar ao SINE-IDT deve comparecer nas unidades de atendimentos espalhadas pela capital com o RG, CPF, comprovante de residência, comprovante de escolaridade e sem esquecer a carteira de trabalho.

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Fotos de Canindé - parte IV: jogo do posar

Prece atendida, promessa cumprida

O vendedor pediu e a foto saiu
De volta pra casa

Fotos de Canindé - parte III

Jovens fazem peças durante a Romaria

Elegram com sua beleza e espontaneidade

O grupo é comandado por Jocelio Nel (esquerda)


E atraem a atenção dos moradores

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Fotos de Canindé - parte II: pau de arara

Fiéis chegam de pau de arara de Pentecoste


Etevaldo Oliveira e sua filha em momento de descanso


Crianças alegrando a viagem de Petencoste a Canindé

Fotos de Canindé - parte I: momento de lazer no zoológico

Em momento de lazer fiéis visitam zoológico

Zoológico vira local de descanso para casais

Zoológico vira também local para namorar

As crianças aproveitam o espaço para brincarem


Os adultos também





E todos abençoados por São Francisco das Chagas

Entrevista com o presidente da Fundação de Cultura, Esporte e Turimso (Funcet), Antônio Anastácio Pereira


Quantos romeiros visitam a cidade de Canindé durante os 10 dias de festa por conta do padroeiro?

Anastácio Pereira: Durante o ano Canindé recebe mais de 2 milhões de romeiros. Durante os 10 dias de festa de São Francisco de Canindé, a cidade recebe 1 milhão de visitantes de todas as partes do Brasil e até mesmo do exterior.

A Funcet tem algum trabalho para o alojamento dos romeiros durante a festa de São Francisco?
Anastácio Pereira: Não. A paróquia da cidade é que cede dois abrigos, o de São Francisco e o de Santo Antônio, onde o romeiro pode passar 24 horas sem despesas. O romeiro assim tem um local pra descansar, almoçar, tomar banho.

Como vê a importância da festa de São Francisco para a cidade de Canindé?


Anastácio Pereira: A romaria é a mola mestra da cidade. A dona Raimundinha do interior está criando a galinha para vender ao seu Zé do restaurante. Os agricultores que plantam os legumes, que criam animais esperam esta época para aumentam sua renda familiar. Neste período o romeiro deixa em torno de 30 milhões de reais para a comunidade.

Poderia falar sobre o como são preparados os jovens guias para atender ao público durante a Romaria de São Francisco?


Anastácio Pereira: Os jovens que trabalham como guia turísticos nesta época integram um projeto que conta com a parceria do governo federal, do governo do estado e do governo municipal. São jovens entre 14 e 17 anos, da própria comunidade É uma forma encontrada pelo governo num intuito de sociabilizar as pessoas.

Como é processo de seleção dos guias turísticos?
Anastácio Pereira: O estudante primeiramente precisa estar na escola com boas notas. Depois de escolhidos os jovens passam por treinamentos de um ano de duração. Eles estudam a história de Canindé, depois aprendem noções de turismo, alguns conseguem até vagas em agências do ramo.

Como surgiu a idéia de fazer a estátua de São Francisco?

Anastácio Pereira: Foi um projeto feito pelo Sebrae, que fez um levantamento junto à sociedade para saber qual a prioridade do povo canindeense. E o projeto da Estátua de São Francisco foi escolhido pela comunidade. Hoje as pessoas que vem a Canindé vão ao monumento e à Basílica. São os dois pontos principais do turismo religioso da cidade. Afinal é a estatua religiosa mais alta do mundo com 30,25 metros.

Como o presidente entende a importância de São Francisco para o mundo hoje?
Anastácio Pereira: Neste mundo hoje que só fala em violência, São Francisco é o santo da paz. Ele era o maior pregador do evangelho.Para percebermos São Francisco lutou pela ecologia há 850 anos atrás. Naquela época chamavam-no de louco e hoje o mundo só fala em ecologia, aquecimento global. Por aí se endente a importância do padroeiro de Canindé.

Perfil - Neila Lopes


Integrante de uma família de seis irmãos, a adolescente Neila Oliveira é umas dos 125 jovens que fazem parte do Programa de Apoio ao Turista, sob a chancela da Fundação de Turismo, Esporte e Cultura (Funtec), que trabalharam durante a romaria de São Francisco das Chagas. A jovem foi a guia turística de nossa equipe de reportagem.

Ainda no 1º ano do Ensino Médio, a canindeense de apenas 15 anos, de família católica é uma entre tantas pessoas da cidade que têm na sua fé o caminho para conseguir suas graças e preces. Exemplo disso foi segundo a guia turística, no passado sofreu por um problema na garganta, os médicos diagnosticarm que ela sofria de amídalas crescidas, e por um tempo a jovem Neila parou de fazer sua atividade predileta - cantar.

Após o tratamento, que foi seguido sempre sob as bênçãos do santo, a adolescente se curou sem a necessidade de uma cirurgia. Hoje ela participa como cantora do grupo de animação da festa.

Para fazer parte do Programa de Apoio ao Turista, a jovem passou por um treinamento de um ano. O processo de capacitação dos jovens estudantes é feito em duas fases, com seis meses de duração cada. A primeira fase é basicamente teórica. O aluno ganha apostilas, que explicam como o futuro guia aprende a lidar com pessoas, a falar em público, além da história dos pontos turísticos de Canindé e das personalidades do município. A segunda etapa é de experiência prática, nas escolas, fóruns, tudo para que os estudantes tenham uma boa experiência de como trabalhar com público e fazer um bom serviço durante a maior romaria da América Latina

Durante nossa caminhada pelos pontos turísticos, Neila contou que seu objetivo profissional é seguir a carreira de jornalista, por gostar deste contato com o público e também ajudar as pessoas. Mais confessou que pretende ainda ajudar na função de guia em outras festas de São Francisco. “É uma forma de auxiliar os fiéis na romaria, pois a gente trabalha nos pontos estratégicos”, concluiu.

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Agradecimento a Neila que muito ajudou para a elaboração da reportagem sobre turismo religioso em Canindé.

Não é uma terça insana mais é terça - feira

Bom dia a todos os próximos posts serão dos últimos trabalhos acadêmicos. Viagem a Canindé rendeu bem. espero que gostem!

Música do dia é uma regravação de uma cantora que aprendi a gostar - Cassia Eller

Todo amor que houver nessa vida

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Blog do Rafa entrevista a rainha do Nação Fortaleza

Débora Sá durante apresentação do Maracatu Az de Ouro na FAC

Débora Sá
Desde aos 6 anos desfilando em grupos de Maracatu, Débora Sá, 26, há três anos ocupa o posto de rainha do grupo Maracatu Nação Fortaleza.

Nascida no Rio de Janeiro e criada em Fortaleza a estudante de jornalismo das Faculdades Cearenses (FAC), credencia a sua mãe a paixão que nutre por essa vertente da cultura nordestina.

A "maracatuzeira” fala de seu contato com o maracatu, de sua banda Vigna Vulgaris, de seu ídolo Mestre Juca do Balaio, sua opinião sobre investimentos na cultura popular cearense, além de outros assuntos em uma entrevista especial para o Jornal Brincantes.


JB - Como foi seu primeiro contato com o Maracatu? Sua família também faz parte?

Débora - Meu primeiro contato com o Maracatu foi aos 6 anos de idade. Logo quando cheguei do Rj. Devo essa paixão ao Maracatu à minha mãe que, mesmo sem nunca ter brincado, me levou à sede do maracatu Az de Ouro, pra conhecer uma das mais significativa cultura do Ceará. Foi amor à primeira vista. Logo quis sair no carnaval. Algumas pessoas da minha família já faziam parte. Aos 6 anos brinquei o meu primeiro carnaval com o Maracatu, os desfiles ainda aconteciam na Av. Duque de Caxias. Brinquei de Dama da Rainha a mando de Mestre Juca do Balaio, meu grande mestre.

JB - Com relação ao Mestre Juca do Balaio ele te influenciou pelo visto?

Débora - Claro. Ele foi e sempre será o meu mestre. Os primeiros anos de carnaval nem pintar o rosto eu pintava, porque ele não deixava, dizia que podia ferir minha pele.
Mestre Juca é um exemplo de humildade, integridade. E, principalmente, de força de vontade, porque fazer maracatu no Ceará é sinônimo de resistência.

JB - Quando está desfilando o que você sente?

Débora - Uma emoção indescritível, parece que não sou que estou ali. Eu posso está chateada, desanimada, mas quando começa o ritual de preparação, que é se arrumar, colocar armação, vestido, luvas, anéis, coroa e ao pintar o rosto, simbolizando a negritude , é sorriso de orelha a orelha. A palavra é emoção. Neste momento a rainha desce e aí já não é mais comigo. É a responsabilidade da preservação da cultura popular.

JB - Há quanto tempo está na Nação Fortaleza?

Débora - Desde que foi criado, é um maracatu novo. Estou há 3 anos.

JB - Quanto tempo passou no Maracatu Az de Ouro? Também foi rainha no grupo?

Débora - Passei 12 anos no Az de Ouro que, sem sombra de dúvidas, foi minha escola. Lá que eu aprendi a dar valor ao que é nosso. Não fui rainha oficial, porque lá ainda tinha a tradição da rainha ter que ser homem. Então eu era rainha nas apresentações. Mas, no carnaval, era um homem que se apresentava.

JB - Poderia falar um pouco sobre sua banda Vigna Vulgaris.

Débora - Maracatu Vigna Vulgaris. Vigna unguiculata é nome científico do feijão de corda. E Faseolus vulgaris é o nome científico do feijão mulatinho. Então é o universal com o regional. Fazemos misturas com o universal, que é rock, blues, jazz, samba com o nosso regional que é maracatu, coco, baião, inovando sem esquecer do tradicional.

JB - Você escreve ou canta também algumas músicas na sua banda?

Débora - Faço backing vocal, toco instrumentos de percussão de esfeito (caxixi, triângulo, oandeiro) e faço um personagem que é a calunga, uma figura muito importante no maracatu

JB - Há quanto tempo canta?

Débora – Oficialmente está com pouco tempo, mais ou menos 1 ano.

JB - Como é a escolha da Rainha do grupo?

Débora - Agora o Az de Ouro tem uma mulher como rainha. Tem que ter uma história dentro do maracatu. Ser alta, ter corpo pra agüentar os pesos das fantasias, interação com o público, simpatia e, principalmente, consciência do papel que está representando. Não existem esses concursos de rainha de maracatu. O máximo que acontece são coroações das rainhas. Uma forma simbólica de relembrar as coroações de reis do congo.

JB - Poderia me dizer como são os ensaios?

Débora - Os ensaios são próximos do carnaval. Nos reunimos mais ou menos dois meses antes. Próximo ao carnaval as sedes ficam muito agitadas, porque as atividades são coletivas, os brincantes bordam, confeccionam instrumentos, suas próprias fantasias.

JB - Você como Rainha do Maracatu Nação Fortaleza recebe algum cachê por isso ou é uma participação voluntária de sua parte?

Débora - O brincante que quer fazer parte do maracatu não paga nada. Nós só queremos compromisso.

JB - Como você vê o progresso da cultura do maracatu no Estado?

Débora - Melhorou bastante porque, graças a Deus, existem pessoas interessadas na cultura popular, como é o caso do grande cantor, compositor e pesquisador, Calé Alencar. Ele deu uma enorme contribuição para esse avanço aqui no Ceará. Mas, infelizmente, ainda não está como a gente quer, ou como a gente tem direito.

JB - O governo na sua opinião incentiva de modo adequado a cultura do maracatu?

Débora - Não há projetos de iniciativa. O governo trata desse assunto com desprezo. E quando faz alguma coisa, acha que foi um favor.

JB - E como futura jornalista você acha que a mídia está dando um incentivo para disseminar a cultura popular do maracatu entre a massa?

Débora - Não. Porque você sabe que a mídia é cheia de interesses. Qual é o interesse de divulgar o maracatu se tem o forró? Já pronto, com muito dinheiro... não desvalorizando o forró. Mas a forma como hoje ele é abordado... O povo parece que não quer pensar, não quer saber de onde vem, do processo de formação da identidade cultural. Aceitam tudo que é submetido. Como dizem, o maracatu é coisa de pobre, e quem é que quer mostrar coisa de pobre e negro na televisão?

JB - Você já levou os colegas da FAC para assistirem uma apresentação do seu grupo de Maracatu? Se sim como foi a reação?

Débora - Ainda não. Entrei agora no curso e ainda não teve apresentação. Mais é só ter uma oportunidade que com certeza os levarei. Tem muita gente que não sabe nem o que é maracatu.

JB - Possuiu algum projeto com relação ao maracatu que gostaria de realizar?

Débora - Nós (Nação Fortaleza) já realizamos um projeto. O nosso trabalho é voltado para crianças e adolescentes. Queremos conscientizar as crianças desde cedo sobre a cultura que ela tem para saber valorizar. São crianças do Jardim América, Parque Araxá e Pici.

JB - Para encerrar poderia dar um conselho para quem quer participar de algum grupo de maracatu?

Débora - O maracatu é uma dança de origem africana e hoje faz parte da nossa cultura, querendo ou não é nosso, está na raiz. É tão mais gratificante conhecermos a nossa cultura, nossa identidade, valorizar o que é nosso. Os axés já têm o seu lugar, o que precisa ser lembrado e cultivado é o maracatu, essa dança de negros, os negros que construíram o nosso país e contribuíram para nossa identidade.
Temos muitos maracatus e quem quiser conhecê-los serão bem vindos.
A nossa sede fica na rua Fiúza de Pontes, 418 Aldeota. E saudações aos futuros "maracatuzeiros".