quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Um bom filme para quarta-feira: Pequena Miss Sunshine

O que você prefere: assistir ao um filme em que a mocinha depois de todos os males e sofrimento termina com seu grande amor passeando pela Champs-Élysées, ou um final que te leva a pensar sobre as ordens das coisas, sobre o que pode haver de bom e interessante na não realização de um final tipicamente hollywoodiano.

Litte Miss Sunshine ou aportuguesando Pequena Miss Sunshine é assim. Um filme off road (gênero de filme de estrada) que tanto sucesso faz entre os americanos, nos mostra como o fracasso pode ser interessante aos espectadores.

O filme trata da história da pequena Olive Hoover (Abigail Breslin), que sonha em participar do concurso Pequena Miss Sunshine no sul da Califórnia. Durante o jantar, com sua a família, Olive recebe o telefonema de sua tia avisando sobre um convite para participar do concurso.

Durante o jantar são conhecidos os personagens. O pai Richard Hoover (Greg Kinnear) é um palestrante que tenta vender seu famigerado programa motivacional - 9 passos, uma seqüência de etapas de auto-ajuda que tem finalidade de transformar qualquer pessoa em um vencedor. A mãe Sheryl (Toni Collette) tem dupla jornada de trabalho – fora e em casa. Seu irmão Dawyne (Paul Dano), um adolescente alucinado por exercícios físicos seguidor da filosofia de Nietzche que está em greve de silêncio até ingressar na escola de pilotos das Forças Armadas. O tio Frank (Steve Carrell) é um professor universitário gay que se auto-intitula o conhecedor da vida e obra do escritor Marcel Proust e que após tentativa de suicídio é levado pela sua irmã Sheryl para sua casa. Por fim temos o avô paterno Edwin (Alan Arkin), expulso do aliso por conta do uso de heroína.

A partir daí começa uma aventura em uma Kombi amarela rumo ao sul da Califórnia. Situações diversas são colocadas à prova para cada um dos personagens. Fracassos pessoais, desilusões amorosas, morte e sonhos não realizados fazem da película dirigida pela dupla Jonathan Dayton e Valerie Faris, senão um filme inovador, um roteiro (Michael Arndt) bem trabalho que comove e agrada ao público.

Aclamado e premiado no Festival de Cinema de Sundance, foi de forma merecida ganhador de dois oscars no ano de 2007: melhor roteiro original e melhor ator coadjuvante para Alan Arkin.

O que se pode dizer de Pequena Miss Sunhine é que se trata de um filme em que o belo é feio. Em que os sonhos, as desgraças, as desesperanças, se transformam em algo merecedor de risos pensantes. O que Hollywood tanto tem medo de mostrar o trio Jonathan Dayton, Valerie Faris e Steve Carrell fazem questão que o público saiba – que o mundo não é perfeito.


“Little Miss Sunshine” EUA, 2006. Direção: Jonathan Dayton e Valerie Faris. Estrelando: Greg Kinnear, Toni Collette, Steve Carrel, Paul Dano, Alan Arkin, Abgail Breslin. Distribuidora: Fox.

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