segunda-feira, 25 de junho de 2007

Indústria Cultural e Hollywood

A Indústria Cultural é proveniente de uma sociedade industrializada, caracterizada pelo capitalismo liberal. Porém, esse termo concretiza-se numa segunda fase dessa sociedade, a que pode ser descrita como a do capitalismo de organização ou da sociedade do consumo.
Caracteriza-se pela face da razão instrumental responsável pela banalização da cultura, uniformiza e integra as massas em torno de um “projeto” de dominação e alienação humanas. Os grandes trustes do entretenimento (cinematografia norte-americana) direcionam suas ações comerciais optando quase sempre pela difusão do estilo “American way of life”.

O termo, Indústria Cultural, proposto pelos teóricos da escola de Frankfurt, apresenta um aspecto; a indústria do entretenimento (cinema) traz em seu cerne todas as exigências de se trabalhar com fatores culturais segundo uma produção voltada para o mercado.

O efeito avassalador de sua propagação no meio cultural enfraquece o indivíduo o que impede sua capacidade de opor resistência ao mundo administrado. Neste contexto, as ações do homem são reduzidas a estímulos, cabendo-lhe a mera função de apertar botões.

Com seus produtos, a Indústria Cultural pratica o reforço das normas sociais, repetidas até a exaustão sem discussão. Em conseqüência, uma outra função: a de promover o conformismo social.

Ela fabrica seus produtos cuja finalidade é a de serem trocados por moeda; promove a deturpação do gosto popular; simplifica ao máximo seus produtos, na finalidade da obtenção de uma atitude passiva do consumidor.

A predominância do mercado cinematográfico de Hollywood exerce uma forte influência mundial, acarretando um leque de críticas quanto à questão de dominação cultural. Parte-se desde as críticas de teóricos marxistas, oriundas da Escola de Frankfurt, com o próprio conceito de Indústria Cultural.

Seguindo esta linha de raciocínio crítico, o cinema norte-americano é visto como um mecanismo de divulgação e dominação cultural por alguns autores. Outros mais cautelosos, ponderam que, contudo, não há como desassociar o cinema das relações de mercado exercidas por qualquer ramo empresarial orientado e objetivado para o mercado mundial.

O cinema norte-americano alcançou um elevado nível de desenvolvimento mercadológico e suas produções são acompanhadas por elaborados planos de marketing altamente específicos e detalhados para o setor cinematográfico.

Neste sentido, alcança-se uma padronização do mercado de bens culturais (cinematográficos). Uma espécie de indústria segmentada no setor do cinema e orientada para a dominação e manutenção de valores sociais do American way of life nas áreas de influência dos Estados Unidos.

No procedimento desse relatório que aborda a Indústria Cultura e o cinema americano iremos analisar dois filmes que tiveram uma boa recepção junto ao público e a crítica que são eles: Beleza América e Felicidade, ao trazer nos seus respectivos scripts, métodos não muito convencionais aos padrões e valores culturais norte-americanos de fazer cinema.

Os filmes são centrados em famílias da classe média americana que passam ou tentam passar uma imagem de família perfeita e feliz, com seus sonhos e defeitos “comuns” na sociedade.

Contudo, quando nos ambientamos no interior da residência de cada personagem nos deparamos com situações próprias, reais e não idealizadas e fantasmagóricas que o cinema americano insiste em nos fornecer.

As crises conjugais, uso de drogas, fantasias sexuais, a padronização da beleza crimes, traições, divórcio, homossexualismo, pedofilia, temas de uma sociedade pseudo-moralista que mostra através da mídia uma sociedade bem resolvida e moderna, que conseguiu vencer e prevalecer seu domínio no processo da globalização.

Ao dar crédito a esses aspectos da sociedade, tanto Todd Solondz quanto Sam Mendes criticam os falsos valores e ideais nos quais nossa sociedade esta convivendo.

Contextualizando estes filmes na visão dos teóricos da Escola de Frankfurt, percebemos que “Beleza Americana” e “Felicidade” chocam por usar valores não muito convencionais na indústria do cinema.

Faz com que o público nas salas de cinema tenham uma visão mais horizontal e introspectiva dos assuntos sociais como: as crises conjugais, uso de drogas, fantasias sexuais, a padronização da beleza crimes, traições, divórcio, homossexualismo, pedofilia, e não fiquem apenas recebendo informações descontextualizadas.

Desta forma, o processo da Indústria Cultural, ao direcionar sua preferência a eficácia dos seus produtos, determina o consumo dos mesmos e automaticamente exclui o que é diferente, novo, tudo o que ela configura como risco.

A identidade da influência que a indústria cultural exerce sobre os indivíduos, aquilo que ela oferece de continuamente novo não é mais do que a representação, sob formas e visões diferentes, de algo que é sempre igual.

Nenhum comentário: