sábado, 4 de agosto de 2007

Súplica

Às vezes eu paro e penso como será o outro dia
Imagino como será o sol em seu amanhecer, o vento a tocar nossa pele, o céu e seus contornos, o entardecer e o surgimento da lua e suas inseparáveis companheiras estrelas
Receio vem em minha mente:
O que pode ser tão sinistro que não me deixar vislumbrar tão bela paisagem?
A sensação da não imortalidade e seus resquícios,
O medo do último momento
Em que as artimanhas sorrateiras do derradeiro suspiro penetram como flechas de aço em nossas mentes nas horas diárias
Quando penso que tudo pode sumir, acabar, desaparecer como nos contos de fadas
Ecoa em meus ouvidos a sombria frase:
Do pó nos viemos e ao pó nós retornaremos
O que pode ser tão certo como a inexorável certeza do fim?
O que pode ser mais cruel que a dor do último segundo?
Uma lágrima aparenta cair
Seguro, tento contê-la
Viro meus olhos para os céus na tentativa de pedir
Mais 24 horas
Mais um dia para que possa apreciar
O sol em seu amanhecer, o vento a tocar minha pele, o céu e nuvens em contornos lúdicos, o entardecer e o surgimento da mãe lua e suas inseparáveis companheiras estrelas que dão um encanto no anoitecer
Será que conseguirei
Terei uma nova chance
De recomeçar,
De consertar meios erros
De amar novamente minha vida e o que está em minha volta,
Respeitar e compreender a humanidade descrente
São tantos pedidos

Mas apenas numa única intenção
De poder ter uma nova chance
Uma nova oportunidade
Volto meu olhar para o chão
A lágrima cai
As horas passam
Começa a escurecer tudo em minha volta
Meu corpo está fraquejando
Sinto que não irei agüentar vê meu pedido
De olhos abertos, coração disparado da ânsia que me consome
Desfaleço
O que terá acontecido
Minhas súplicas, meu único pedido aos céus não foi concebido
Será um castigo
Desperto....
Vejo que meu fraquejar
Era o início de minha convalescença
O início para meu novo despertar
O dia após o outro tinha que continuar
Não poderia eu, um simples mortal
Modificar as instâncias do tempo
Esta circunstância seria o meu amargo “eu” mostrando sua mesquinharia vil
Minha súplica foi atendida como tantas outras,
Conseguir ser ouvido, conseguir uma oportunidade de encontrar uma identidade oculta perdida em mim
O começo do recomeço
A secura da lágrima
O despertar do fechar dos olhos
O atendimento da súplica, da súplica, da súplica....

2 comentários:

Adriana Pimentel disse...

Muito lindoooo...parabéns.

aloneinthedark disse...

muito poético e inspirador... faz a gente pensar.
[]s